39º Fantasporto – Festival Internacional de Cinema do Porto

Eventos

FANTAS CLASSICS ANTECIPA ABERTURA OFICIAL DO 39º FANTASPORTO’2019
QUATRO GRANDES CLÁSSICOS DO CINEMA
EM VERSÕES INTEGRAIS E RESTAURADAS
O 39º Fantasporto – Festival Internacional de Cinema do Porto começa a aquecer os seus motores já na terça-feira, no Rivoli – Teatro Municipal do Porto, com a exibição da secção FANTAS CLASSICS. Há para ver quatro grandes cláasicos do cinema que comemoram este ano importantes aniversários. “Easy Rider” (1969), de Dennis Hopper, a 19 de Fevereiro celebrando os 50 anos da data da sua produção,”The Shining” (1980), no dia 20 e “The Clockwork Orange (1971) (a exibir dia 21) que pretendem recordar os 20 anos da morte de Stanley Kubrick e ainda “Alien”(1979) de Ridley Scott, que marca os 40 anos da data da sua estreia Mundial (dia 22). Todos os filmes serão exibidos nas suas versões integrais, em cópias restauradas e com som 5.1.
A Secção FANTAS CLASSICSabre assim terça-feira com a exibição de “Easy Rider”, com um elenco de que fazem parte Peter Fonda, o próprio Dennis Hopper, Jack Nicholson e Karen Black (actriz já homenageada pelo Fantasporto, em 2005), um filme que é considerado com justiça como o paradigma do “road movie”, sobre dois amigos que vão de Los Angeles a New Orleans, para a festa do Mardi Gras, em motos de alta cilindrada, as icónicas “choppers”. Peter Fonda e Dennis Hopper produziram o filme com apenas 400 mil dólares.
Billy (Dennis Hopper) e Wyatt (Peter Fonda) e ainda o advogado George (Jack Nicholson), o terceiro companheiro de estrada, vão todos em busca da vida vivida ao máximo, com sexo, drogas e rock’n’roll, perseguindo o sonho de um futuro revolucionário. Este comportamento transgressivo choca frontalmente com os instintos mais primitivos da América interior que atravessam, atrasada e conservadora, que teme as minorias e a diferença, ou seja, a mesma América que hoje, 50 anos mais tarde, vota em Trump. Uma obra extremamente atual, embora realizada há 50 anos!
A sua banda sonora foi tão importante (e bem sucedida) como o filme, com a recuperação de temas que são ícones sonoros da história do rock como “Born To Be Wild”, dos Steppenwolf, ou a versão de Roger McGuinn (líder dos Byrds) de ”It’s Alright Ma (I’m Only Bleeding)”, original de Bob Dylan, entre outros.
“Easy Rider” é um ícone da América livre e criativa que tem o seu contraponto na América profunda, preconceituosa, retrógrada e violenta com que se enfrenta. 50 anos depois, nesta América de Trump, “Easy Rider”, continua tão subversivo como quando foi produzido, em 1969.
Quarta-feira, a secção FANTAS CLASSICS prossegue com “The Shining”, o clássico de terror de Stanley Kubrick, de 1980, exibido pelo Fantasporto por ocasião da passagem dos 20 anos da morte do realizador. Protagonizado por Jack Nicholson e Shelley Duval, “The Shining” trouxe o terror, um género por muitos marginalizado como inferior, para o “mainstream” dos grandes filmes. Nele, uma família muda-se para num hotel enorme e isolado de montanha para lá passar o inverno. O pai está encarregado de zelar pelo edifício mas cedo é dominado por uma entidade maléfica que o leva a cometer actos de violência. Baseado no romance homónimo de Stephen King no qual uma família inocente fica encurralada num hotel demoníaco, Kubrick preferiu focar o filme na figura de um Jack Nicholson cada vez mais enlouquecido, possuído pela força maléfica do edifício.
“A Clockwork Orange” (Laranja Mecânica), a exibir quinta-feira, às 21:00, é o outro clássico imperdível do grande Stanley Kubrick incluído nesta homenagem ao ralizador. A grande diferença entre este filme e os filmes de terror da época consiste no uso estetizante e cuidado da imagem e a ausência de uma tentativa de explicação moral da exacerbada violência que o protagonista exerce.
Tudo neste filme era novo. Havia o cuidado em criar um novo vocabulário que dava um cunho de modernidade às palavras do grupo de Alex. O guarda-roupa do gangue de malfeitores ajudava igualmente à fixação de uma imagem e ao lançamento de uma moda, com os chapéus de coco, botas do exército e fatos brancos, personificados pela fisionomia do actor principal, Malcolm McDowell. “A Clockwork Orange” permanece como um alerta para os extremismos, que vão da extrema-direita política ao charlatanismo, da lavagem ao cérebro às condutas compulsivas, do radicalismo ao excesso de complacência. Kubrick sabia disso na altura. E tudo continua actual hoje em dia.
O ciclo termina sexta-feira, com a exibição, pelas 23:30 (depois da Sessão Oficial de Abertura do festival) de “Alien” (Alien – O 8º Passageiro, de 1971), de Ridley Scott, por ocasião dos 40 anos da sua estreia. É o filme original da saga Alien e a segunda longa-metragem (depois do premiado “The Duelists”, de 1977) de Ridley Scott, realizador britânico que depois nos trouxe filmes memoráveis como “Blade Runner”, “Thelma & Louise”, “Gladiator” ou “The Martian”.
O que “Alien” traz de novo é simples – uma diferença bem clara no tom dos filmes de horror até à altura. Até então, a maioria dos monstros tinha forma humanóide e as suas acções eram precedidas por “avisos”, fossem eles na banda sonora que antecipava e aumentava o suspense, ou pelo clima receoso das personagens. No filme de Scott, o monstro pode evoluir na forma física, atacar sem aviso, ser mais rápido que uma bala, um ser letalmente orgânico, inteligente e até belo, na sua fealdade.
Originalmente desenhado pelo suíço H.R. Giger, o monstro de “Alien” nada tem a ver com os anteriores. A ferocidade desta criatura, a sua beleza horrível, a imprevisibilidade indomável dos seus ataques não tinha procedentes na altura da estreia do filme e para isso, a realização precisa e, por vezes, frenética, de Ridley Scott contribuiu enormemente para o êxito, que viria a proporcionar a sua continuação em novos filmes marcantes, também eles, para o cinema de terror.
As sequelas atraíram nomes fundamentais do cinema – James Cameron realiza “Aliens” (1986) e David Fincher faz o terceiro, “Alien 3” (1992). Aparentemente em 1997, com “Alien Ressurrection”, o monstro parece terminar os seus dias. Mas não. Em 2012 aparece “Prometeus” e em 2017, o próprio Ridley Scott volta a dirigir “ Alien: Covenant”. E apesar de depois o terem emparelhado com outra figura do fantástico moderno, em “Alien vs. Predator” (1994), o filme original de Ridley Scott continua a surpreender, a verdadeira marca de um clássico. Com Sigourney Weaver, Tom Skerrit e John Hurt, entre outros. O filme venceu o Oscar de Melhores Efeitos Visuais em 1980 e foi exibido no 1º Fantasporto em 1981.
O Fantasporto inicia-se, com o arranque da sua secção competitive, sexta-feira, 22 de Fevereiro, com a exibição do, já por muitos considerado filme de culto, o notável “PROSPECT” e prolonga-se até 3 de Março, no Rivoli Teatro Municipal, no Porto, com mais de uma centena de filmes inéditos em Portugal a concurso, seleccionados entre os convidados após visionamento em mercados internacionais ou propostas vindas de cerca de 60 países, 34 deles em estreia mundial. (JPF)

A imagem pode conter: texto

Deixe um comentário

Preencha os seus dados abaixo ou clique em um ícone para log in:

Logo do WordPress.com

Você está comentando utilizando sua conta WordPress.com. Sair /  Alterar )

Imagem do Twitter

Você está comentando utilizando sua conta Twitter. Sair /  Alterar )

Foto do Facebook

Você está comentando utilizando sua conta Facebook. Sair /  Alterar )

Conectando a %s